No próximo domingo faremos a
primeira apresentação de Velhos caem do céu como canivetes pelo projeto SESC
Amazônia das Artes, aqui em São Luís, na sede da Pequena Companhia de Teatro,
com entrada franca.
A partir daí iniciaremos uma
nova caminhada, por toda a Amazônia Legal e o Piauí, em duas etapas, sendo a
primeira Palmas/TO, Ji Paraná/RO, Boa Vista/RR e Rio Branco/AC, de 11 a 19 de
maio.
O que move um grupo de
teatro é o caminhar. Um caminhar no espaço, mas também no tempo. Assim como a
Pequena Companha de Teatro tem caminhado por todo o Brasil, levando seu
repertório para os mais diversos públicos, caminhou também no tempo que
compreende uma década, para entender que suas conquistas são frutos desses dois
deslocamentos – o temporal e o espacial.
A pulsação do viajar
desorganiza, tira o artista da zona de conforto, desburocratiza, rompe as
estruturas, subverte a lógica, nos surpreende com o caos. Por mais precavido
que o coletivo seja, é na viagem que se revelam as rusgas, as falhas, os
perrengues, as mágoas; trazendo para a berlinda tudo aquilo que o conforto do
lar camufla.
Também com a viagem vem a
partilha, o tratar generoso, a comunhão do olhar sobre o problema exposto, as
soluções escalafobéticas, a certeza de que se está no caminho certo, quando
esse caminho nos leva para aquele ponto do planeta em que só o teatro nos faria
chegar. Aquele lugar onde o público, que não faz a menor ideia de quem você
seja, lhe mostra a importância do que você faz, provando que, no teatro,
caminhar é fazer.
Caminhar é fazer escolhas,
buscar rumos, trajetos, destinos, encontrar bifurcações, rodar em círculos,
passar do ponto, errar a rota, descarrilar, mas manter-se em deslocamento,
sempre, para sentir-se vivo, mesmo quando a inércia, essa sedutora contumaz,
oferece o acachapante conforto da quietude, nos convencendo de que não adianta
mais tentar avançar.
Como diria o poeta Antonio
Machado: “Caminante, son tus huellas el camino, y nada más; caminante, no hay camino,
se hace camino al andar. Al andar se hace camino, y al volver la vista atrás se
ve la senda que nunca se ha de volver a pisar. Caminante no hay camino, sino estelas
en la mar.” Caminhemos!