sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Nominar

Estou em processo de montagem de um espetáculo-solo. Ou seria uma performance? Ou um picadeiro de clown? Teatro ou circo? Drama ou comédia? Farsa? Personagem ou persona? 
Lango-Lango Retardatário (2005)
Resido num momento em que a necessidade da satisfação pessoal se renova e que, mais do que nunca, estou aberto às interferências/influências provenientes sabe-se lá de onde, quando estou em processo, independentemente dos procedimentos.
O segredo do labirinto (2007)
A sala de ensaio é território de experimento e de sensibilidade: Leva-se roteiro, procedimentos, objetivos até bem claros de onde chegar, mas o corpo reage a sua maneira. O planejado se reconfigura, desiste de você para dar lugar e vazão a outras questões que afloram. 
Interstício (2007)
Nominar parece-me, neste instante, desnecessário, pois se é processo, tudo se configurará. E por que não dar ao expectador o benefício da dúvida ou de uma certeza só sua, pois o senso comum não diz que cada um tem a sua própria verdade? 
Canto da solidão... (2009)
A obra de arte sempre terá referências, não só de quem a idealizou, mas também de todo o contexto histórico da qual os expectadores participaram. São essas memórias de coisas que vivemos que nos dará estofo para a leitura possível da obra. Mais ativa essa plateia, impossível. 
Requiem aeternam (2009)
E se há papeis e atribuições definidas entre os seres (expectador e artista, por exemplo), por que não questioná-los? Compreendo que, quanto mais vazio de preconceitos, mais potência para o preenchimento desse vazio teremos.

Essa é a minha verdade. 

2 comentários:

Flávia Teixeira disse...

Bom te ouvir!

Fiz um poema ao ler

VERDADE

ver
que arde
na idade

ver
na idade
que arde

arde ver

luz que nos guia
ao fim do túnel

túnel que nos move
em direção a luz

ou

simples

mente

escuridão.

Marcelo Flecha disse...

Pro Cláudio tem poema, né?