a desesperança no palco é espelho para a desesperança dentro, ao redor e fora da
ilha, mergulhada numa ausência de planos, horizontes, luzes. o espetáculo 'velhos
caem do céu como canivetes', que finalmente fomos ver ontem, é dessas
experiências que vão com a gente para casa a nos fazer pensar, rever, ressignificar,
repensar, reagir... a renúncia à ação, aos projetos, à vida. um deixar-se ficar
com ou sem asas. a simbologia do voo atirada no lodo do mangue e da morte. e ao
final, luzes acesas, a certeza de que é na arte que estão as asas que nos
elevam e nos levam à ação, ao movimento... arte é vontade, desejo, fome de viver
e ao mesmo tempo alimento. livremente inspirado no conto 'um senhor muito velho
com umas asas enormes', de gabriel garcía márquez, o espetáculo apresenta em
cena o grande teatro mínimo a que se dedica a pequena companhia de teatro.
palmas para marcelo flecha, jorge choairy, cláudio marconcine e kátia lopes. permanece
em cartaz até junho, às segundas-feiras, sempre às 19h, no casarão da companhia
(rua do giz).
Andréa Oliveira
Ontem
fui ver o espetáculo “Velhos Caem do Céu como Canivetes” da Pequena Companhia
de Teatro, sai de lá com a certeza de que estão no caminho certo, como trabalho
com iluminação, vou tecer elogios para as excelentes soluções encontradas para
os momentos, a sincronia perfeita , beleza e leveza das passadas das cenas,
tudo num só ritmo, encanto-me ainda pela luz alternativa, a qual venho
estudando ultimamente. Obrigado Marcelo Flecha por esse momento, aos atores
Claudio Marconcine e Jorge Choairy estão excelentes e a produtora Kátia Lopes
que nos recebe como sempre, muito bem. A Pequena Companhia de Teatro merece
tudo, que venham mais prêmios e outros incentivos. Aplausos.
Julio Cesar da Hora
Este
é o título do espetáculo teatral em cartaz na sede da Pequena Companhia de
Teatro, situada na Rua do Giz, quase X com a escola de Música Lilah Lisboa, no
centro da cidade (o endereço completo publicarei depois).
Sendo
uma adaptação livre do conto “UN SEÑOR MUY VIEJO COM UNAS ALAS ENORMES”, de
Gabriel Garcia Marquez, o texto, assinado pelo encenador Marcelo Flexa, tem
momentos de rara beleza: de humanidade e de fina ironia.
O
elenco de dois atores tem um equilíbrio cênico bastante bom. Jorge Choairy, o
velho que caiu do céu, com sua atuação quase irrepreensível, faz um perfeito
contraponto dramático com a encenação um tanto caricata de Claudio Marconcine,
que interpreta o “ser humano” comum. E a carpintaria é sensível e de boa
plástica...
Bem,
isso aqui não é um release, tampouco uma crítica, é apenas um comentário
despretensioso de um espectador, que na noite de ontem esteve lá para ver e
aplaudir esses bravos rapazes e uma moça, que, antes de tudo, protagonizam uma
verdadeira façanha que é fazer teatro de qualidade nesta província onde o folk
lore domina as atenções de todos os daqui e dos que vão chegando.
(A peça fica em cartaz até o mês de junho, com
apresentações todas as segundas, às 19 horas. Eu recomendo fervorosamente!)
Luis Mello Neves
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