terça-feira, 13 de maio de 2014

Novos ecos...

 
a desesperança no palco é espelho para a desesperança dentro, ao redor e fora da ilha, mergulhada numa ausência de planos, horizontes, luzes. o espetáculo 'velhos caem do céu como canivetes', que finalmente fomos ver ontem, é dessas experiências que vão com a gente para casa a nos fazer pensar, rever, ressignificar, repensar, reagir... a renúncia à ação, aos projetos, à vida. um deixar-se ficar com ou sem asas. a simbologia do voo atirada no lodo do mangue e da morte. e ao final, luzes acesas, a certeza de que é na arte que estão as asas que nos elevam e nos levam à ação, ao movimento... arte é vontade, desejo, fome de viver e ao mesmo tempo alimento. livremente inspirado no conto 'um senhor muito velho com umas asas enormes', de gabriel garcía márquez, o espetáculo apresenta em cena o grande teatro mínimo a que se dedica a pequena companhia de teatro. palmas para marcelo flecha, jorge choairy, cláudio marconcine e kátia lopes. permanece em cartaz até junho, às segundas-feiras, sempre às 19h, no casarão da companhia (rua do giz). 
Andréa Oliveira

Ontem fui ver o espetáculo “Velhos Caem do Céu como Canivetes” da Pequena Companhia de Teatro, sai de lá com a certeza de que estão no caminho certo, como trabalho com iluminação, vou tecer elogios para as excelentes soluções encontradas para os momentos, a sincronia perfeita , beleza e leveza das passadas das cenas, tudo num só ritmo, encanto-me ainda pela luz alternativa, a qual venho estudando ultimamente. Obrigado Marcelo Flecha por esse momento, aos atores Claudio Marconcine e Jorge Choairy estão excelentes e a produtora Kátia Lopes que nos recebe como sempre, muito bem. A Pequena Companhia de Teatro merece tudo, que venham mais prêmios e outros incentivos. Aplausos.
Julio Cesar da Hora
 
VELHOS CAEM DO CÉU COMO CANIVETES

Este é o título do espetáculo teatral em cartaz na sede da Pequena Companhia de Teatro, situada na Rua do Giz, quase X com a escola de Música Lilah Lisboa, no centro da cidade (o endereço completo publicarei depois).

Sendo uma adaptação livre do conto “UN SEÑOR MUY VIEJO COM UNAS ALAS ENORMES”, de Gabriel Garcia Marquez, o texto, assinado pelo encenador Marcelo Flexa, tem momentos de rara beleza: de humanidade e de fina ironia.
 
O elenco de dois atores tem um equilíbrio cênico bastante bom. Jorge Choairy, o velho que caiu do céu, com sua atuação quase irrepreensível, faz um perfeito contraponto dramático com a encenação um tanto caricata de Claudio Marconcine, que interpreta o “ser humano” comum. E a carpintaria é sensível e de boa plástica...
 
Bem, isso aqui não é um release, tampouco uma crítica, é apenas um comentário despretensioso de um espectador, que na noite de ontem esteve lá para ver e aplaudir esses bravos rapazes e uma moça, que, antes de tudo, protagonizam uma verdadeira façanha que é fazer teatro de qualidade nesta província onde o folk lore domina as atenções de todos os daqui e dos que vão chegando.
 
(A peça fica em cartaz até o mês de junho, com apresentações todas as segundas, às 19 horas. Eu recomendo fervorosamente!)
 
Luis Mello Neves

 

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