domingo, 2 de junho de 2013

Procedimento de montagem – As Jornadas


Estamos perto de finalizar a Segunda Jornada do processo de montagem do espetáculo Velhos Caem do Céu como Canivetes.
 
Na Primeira Jornada, que chamamos de Pré-expressiva, utilizamos o Quadro de Antagônicos para o aprimoramento do ator, visando o alargamento do seu repertório sem nenhum compromisso com a nova encenação. É um período de investigação e experimentação corpórea, que não tem por objetivo o desenvolvimento de parâmetros expressivos, e sim a percepção da totalidade do corpo, seu funcionamento, suas extensões e limites. Momento de treinamento por excelência.
 
 
Na Segunda Jornada, que chamamos de Expressiva, nos valemos do mesmo instrumento, porém, com outro foco, a expressividade. O Quadro de Antagônicos é operado na busca da construção das personagens, através de experimentações físico-rítmico-energéticas. Os atores buscam os perfis das personagens a serem construídas através do experimento e descarte de antagônicos, como Cláudio tratou aqui. Depois de quarenta ensaios o fim desta jornada se aproxima com bons sinais de expressividade para o Ser Alado e o Ser Humano.
 
 
Das duas jornadas anteriores procede a última, denominada  Jornada Dramatúrgica. As personagens passam a experimentar seus perfis e a aumentar a produção de dramaturgia atoral – que inclui a construção da cena através da experimentação no espaço de conflito. Nesta jornada soma-se o texto, que passa a ser inserido concomitantemente aos experimentos na busca de referências para a montagem. Aqui é exigida dos atores a maior potência criativa e creio ser a jornada mais prazerosa de todas, pois é dela que resulta a cena que você vê. Trocando em miúdos, é mais ou menos isso. Bem mais do que menos, se levarmos em conta as horas de trabalho, as gotas de suor e a inesgotável fonte de incertezas que habita qualquer nova encenação.

5 comentários:

Rodrigo França disse...

O espetáculo se constrói em sucessões de epifanias. Abre-se todos os poros para experiência sensível, deixando-se guiar por uma libertação físico-criativa que é refletida e processada... tal como minerar preciosidades! Muito bom. Instigante trabalho de criação auto-gestora, mas em que lugar é reservado aos ativadores externo da criação? Como identificá-los?

Marcelo Flecha disse...

Não entendi, Rodrigo, a pergunta, quando você se refere a "ativadores externo da criação". Aguardo para não te responder com alguma bobagem por não ter entendido a pergunta (risos).

TonySilvaAtriz disse...

A saudade mata agente moreno,a saudade mata a gente...Mas estou feliz pela montagens de voces esta se encaminhando.A nossa também, João e leonardo estam nos auxiliando ,pois queremos levar o espetáculo para a nova sede da pequena.Estamos em processo,muito bom...Buá,Buá,Buá....

Anônimo disse...

Cara, eu sou um grande fdm quando a questão é visitar os amigos, hahahaha. Malu tá dodoi, tá em crise e só tem um ano e sete meses. Beijo grande. Tony Silva é aquela atriz que cantou alto do nada na tua memorável festa de 40 anos? Beijos :]

Marcelo Flecha disse...

Querida Tony! Saudades mil, te ligo! Sim, André, é essa fabulosa atriz e cantora, apareça, sacana!