terça-feira, 16 de agosto de 2011

Entrevista

Marcelo: O que você está achando do Festival de Teatro do Rio?
Flecha: Minhas impressões não são conclusivas, mas é um festival simpático.
Marcelo: E a apresentação de Pai & Filho?
Flecha: Foi caoticamente harmoniosa. A receptividade do público me surpreendeu, riram muito. Só o Rio de Janeiro para querer transformar Pai & Filho em uma comédia. Depois da apresentação, comentários calorosos, elogios, e a certeza de estar fazendo teatro de qualidade.
Marcelo: Por que a roda gira?
Flecha: Porque não é quadrada.
Marcelo: Durante o debate você enrolava um novelo de linha, por quê?
Flecha: Para adiantar a desmontagem. O debate foi mediado por Amir Haddad. Sua condução monologal me permitia enrolar enquanto ouvia. Depois, com a interferência de Cláudio e as perguntas dos espectadores, pude dialogar. O público foi muito generoso, mas continuo sentindo falta de discutir o processo mais a fundo.
Marcelo: E sobre os outros espetáculos?
Flecha: Estou vendo todos, nenhum que me arrebatasse, ainda. Acho que estou cada vez mais ranzinza e mal humorado. A Casa de Cultura Laura Alvim, sim, uma delícia. E Ipanema é muito agradável.
Marcelo: Qual a falta que não falta?
Flecha: De vergonha.
Marcelo: Qual a sua opinião sobre o fato do festival ser competitivo?
Flecha: Todos são. Na contemporaneidade estamos sempre competindo e consumindo, infelizmente. Nas mostras não competitivas, a disputa é apenas mais sutil.
Marcelo: Por quê?
Flecha: Por quê?
Marcelo: Você é um entrevistado insuportável, nunca pensou em se matar?
Flecha: Pensei, logo, desisti.
Marcelo: ... que pena.

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